quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Um pouco de mim para começar...

Olá, a todos a quem interessar possa saber um pouco mais a meu respeito!
Eu me chamo Sérgio, mais conhecido assim entre os familiares e amigos. Na profissão de professor, nos colégios em que trabalho, sou mais conhecido como Sérgio Feitosa. Na pia batismal o nome completo ficou Carlos Sérgio Francelino Feitosa.
Vim ao mundo no dia 27 do mês de fevereiro de 1977. Foi em Fortaleza mesmo, capital do Estado do Ceará, por cuja história eu particularmente sou fascinado.

Meu pai já faleceu, muito novo por sinal. Chamava-se Antônio Bezerra Feitosa, natural de Arneiroz, região dos Inhamuns, também aqui no Ceará. Ele viveu entre os anos de 1955 e 1994. Vítima de suas próprias fraquezas, sobretudo escravo do álcool e das sedutoras aventuras fora do casamento. Hoje penso que ele tenha sido mais infeliz do que qualquer um de nós que também fomos vítimas de suas faltas como pai.

Marcelina Francelino Feitosa, mais conhecida como Celina, é minha mãe, nasceu em 1952. Minha mãe ainda é viva e acredito que deva viver ainda bastante tempo, afinal merece. Não é mais um discurso de filho, não, que acredita ser a sua mãe a melhor do mundo. Afinal, talvez, pra mim ao menos, ela seja. Filha da cidade de Sobral, foi ela uma filha de pobres retirantes, que preferiu deixar a pobreza do norte do Estado, pela pobreza ainda mais inclemente da competitiva e mais ludibriosa capital.

Em Fortaleza os dois se conheceram, não sei ao certo em que circunstâncias. Trabalhavam ambos numa fábrica de beneficiamento de castanhas de caju, onde ela era uma simples operária e ele era chefe do setor de produção. O fato é que parece que se gostaram e resolveram se casar. Ele também não tinha muitas posses. Vivia com os pais, também humildes. Enfim, não nasci em berço de ouro. Sei que, ao nascer, num momento em que a Ditadura Militar no Brasil dava seus sinais de colapso (no mês de abril, o Presidente Geisel lançava um pacote de medidas políticas que contradiziam a sua abertura democrática).


A pessoa que acredito que mais tenha se alegrado com o meu nascimento foi a minha avó paterna: Maria Julieta Feitosa (1912 - 1999), a quem devo muito, sobretudo a parte ética. As saudades aqui me embargam o coração e, por conseguinte, o pensamento. Foi o meu grande sustentáculo na vida. Foi minha mãe de fato. Muito embora eu sempre tenha vivida com ambas, mas a minha mãe biológica sempre trabalhou e trabalhou muito e o meu dia-a-dia por mais de vinte ininterruptos anos foi com a minha avó. Quantas histórias, quanta saudade! Pessoa por demais espirituosa, duma fé inabalável. Rezava o dia inteiro, entre uma oração e outra, pedindo pelos seus e por outros tantos. Não conheci seu marido, meu avô paterno: Pedro Bezerra Feitosa, ele faleceu antes do meu nascimento. Era carpinteiro de profissão. Assim como ela, natural de Arneiroz, num distrito conhecido como Cachoeira de Fora.

Nasci em Fortaleza e morávamos numa casa situada na avenina L, no bairro José Walter, cujo número não sei com precisão, mas ainda hoje está lá, de pé. Um ano depois, nasceu meu irmão, Pedro Bezerra Feitosa, mais conhecido como Pedim, atualmente casado e pai de um (peralta) filho.


Meus avós maternos os conheci bem. Seu Chaga e Dona Nega. Pessoas maravilhosas. Ela ainda é viva, velhinha, conta hoje com seus 85 anos. Ele já se entregou ao andar de cima também. Adorava ele contar histórias, principalmente a quem, assim como eu, as ouvia pacientemente.


Ainda muito pequeno, sei que fomos morar em Pacajus, parte da Região Metropolitana de Fortaleza, distante uns 60km mais ou menos, pela BR-116. Ali as coisas na família desandaram bastante. Morávamos, então, meus pais, minha avó (paterna), meu irmão mais novo e eu. Meu pai não conseguia controlar seus vícios (bebida e mulheres), caros por sinal. Em suma, custaram-lhe o casamento. Minha mãe não suportou a barra e resolveu voltar a Fortaleza, sempre destemida. Para muitos, talvez, um espanto. Minha avó decidiu-se juntar-se a nós (sogra e nora = única convivência harmoniosa, realmente de mãe e filha que eu já vi).

Voltamos ao bairro José Walter. Era uma casa alugada, quase entre a rua 2 e a avenida I. Lembro-me que era o começo de 1985. Tancredo havia vencido há pouco tempo as eleições e morria também em breve. Eu contava então 8 anos de idade. Matriculados meu irmão e eu num colégio chamado de Pituchinha, hoje, Medeiros Magalhães. Terminamos ali, ele e eu, o nosso Ensino Fundamental (na época, chamavam 1o. Grau).

Seis meses de aluguel depois, não dava mais, as contas eram altas, e fomos morar num outro lugar, um apartamento apertado (apertamento?), já no final do bairro. Região discriminada, periferia da periferia. Lembro-se que, por vezes, a conta de luz atrasou e, por isso, tivemos que ficar às escuras por uma série de vezes. Tempo difíceis, em que a hiperinflação consumia (vaporizava) a já curta pecúnia dos trabalhadores assalariados, entre os quais se inseriam a proletária minha mãe e a aposentada minha avó. Era a fonte de que dispúnhamos. Não me recordo de meu pai nos haver ajudado nesse período. Contraiu foi outra família. Na verdade, no início dos anos 1990, lembro-se de ter ido várias vezes à sua casa, onde mantinha uma espécie de comércio e, semanalmente, haver levado pra casa uma espécie de "cesta básica", de ônibus mesmo. Tempo difíceis?

Infância pobre, adolescência não menos diferente. Não sentia falta de muita coisa, até porque não se sente falta do que nunca se teve. Sentia sempre um prazer muito grande em, ao menos, poder estar ladeado de minha família. Com ela chorei e ri bastante. Exercitei os valores do espírito.
Encerrado o Ensino Fundamental, no bairro mesmo, chegou uma hora desafiadora: onde continuar o Ensino Médio (2o grau). Resolvemos depois de muita pesquisa que estudaria no colégio Rui Barbosa, sito à avenida do Imperador, no centro de Fortaleza (esse colégio já não existe mais). Consegui um desconto (metade da mensalidade), talvez pelas notas altas (fui um bom aluno), mas mesmo assim o valor saia alto todos os meses. Lembro-me que o dinheiro que minha avó recebia era exatamente valor da mensalidade. Parecia algo até combinado. Enfim, vivíamos com o salário que minha mãe recebia. Um milagre, sem dúvida!

Conclui meu Ensino Médio, ao mesmo tempo em que cursei Telecomunicações na ETFCE (atual Cefet). Tentei vestibular para Direito (UFC) e História (UECe). Não consegui sucesso na primeira e busquei consolo na segunda; meu sonho mesmo era a lide jurídica. Era o ano de 1994.
Em 1995, recebi um contive da minha prima Neide, diretora do Rui Barbosa, para trabalhar lá no colégio, como revisor gráfico; passei ainda seis meses. Chegava cedo e, à noite ia para o Campus do Itapery. Passado esse curto período, consegui uma vaga como professor de História no Colégio Lima Silva, tradicional no bairro José Walter e bem próximo da minha casa. Ali aprendi mais do que ensinei. Foi meu verdadeiro laboratório. Minha faina foi essa, de 1995 até 1999: trabalho de manhã e tarde e, à noite, UECE. Em 1999, comecei a ensinar num cursinho, formado por alunos da UECE, era o PVA (Pré-Vestibular Alternativo). Ali fiz bastantes amizades, algumas das quais ainda preservo. Também trabalhei em outros colégios, a exemplo do 21 de Julho, do Polivalente, do Sílvia Helena, no bairro José Walter mesmo.

Em 1999, uma perda irreparável. Um pedaço grande de mim partiu com a morte da minha avó. Ainda hoje sinto que não me acostumei com a ausência dela. Mas as lembranças a mantêm viva no meu peito, com certeza.

Em 2000, consegui ser convidado pelo Eugênio, diretor do colégio Tiradentes, por intermédio do meu muito caro amigo e irmão de coração Augusto Sá (professor de português, que dava aulas por lá), que me abriu grandes oportunidades. De professor, cheguei em curtíssimo intervalo de tempo a coordenador do Ensino Médio. Em 2002, adentrei as portas do tradicional Colégio Christus e, deixando a coordenação do Tiradentes, passei a trabalhar apenas como professor em ambas as escolas. Por graça de Deus e pela ajuda minha preciosa família, minha vida foi se estabilizando financeiramente. Agora, minha família se resumia à minha mãe, meu irmão e eu.


Em 2004, fui convidado a ministrar aulas no Colégio Ipuense e no grande Colégio Ari de Sá. Devo muito, novamente, ao meu amigo Augusto Sá, que me apresentou ao então supervisor Estênio Sabóia, que acreditou no meu potencial e me permitiu estar até hoje nessa grande e maravilhosa empresa, à qual tanto devo. Em 2005, também entrei no Colégio Luciano Feijão, grande potência do ensino na região norte do Ceará, situado na cidade de Sobral. O leitor deve estar se perguntando: e ele dava aula ao mesmo em tantos colégios? Pois é, ao mesmo tempo, cheguei a conciliar em torno de quatro ou cinco escolas. Atualmente, ministro aulas no Colégio Ari de Sá e nos colégios Tiradentes e Master (estes últimos, na parte de concursos) .

Se erro, como sempre diz o Professor José Maria Bandeira (Diretor-presidente do Colégio Tiradentes), é "..inconscientemente. Se acerto, compartilho com meus amigos os meus triunfos."
Não sei se passei tudo o que gostaria e se satisfiz a quem se interessou em ler um pouco a meu respeito, o fato é que, em breve, estarei postando mais textos, se não a meu respeito, mas, do que penso e no que acredito, a fim de compartilhar com outros tantos uma discussão rica e sadia, que possa fazer desse espaço uma área de construção de pensamento e de sentimento.